A 6 de outubro de 1992 nasceu o primeiro canal de televisão privado em Portugal. A SIC prometeu e conseguiu ser diferente do pouco que havia e hoje é líder de audiências. Recorde dez programas que fizeram parte da história da estação e que, ainda hoje, estão na memória de muitos portugueses.
É fácil encontrar dez programas que fizeram história num canal com 32 anos de muitos sucessos como a SIC. O difícil é selecionar um número reduzido deles e que ainda estejam na cabeça de muito do público que acompanhou e acompanha a estação que já foi de Carnaxide e que agora é de Paço de Arcos.
‘Big Show SIC’
É, provavelmente, o mais incontornável de todos e aquele que traz mais recordações. Depois de passagens por outros canais e de até ter estado longe da televisão, João Baião foi dono e senhor de um formato que foi feito à sua medida. Estreou em 1995 e trouxe a Portugal a “televisão em movimento”, a hegemonia da música ligeira portuguesa e no qual surgiram coisas impensáveis até hoje como a presença do famoso “macaco Adriano”. O sucesso durou anos e percorreu vários horários. Faltam mais nove sucesso, vá só “fazer um xixizinho”, mas volte.
‘Malucos do Riso’
No mesmo ano do ‘Big Show SIC’, a estação liderada por Emídio Rangel apostou na teatralização de anedotas. Ao longo de 16 anos, o público pode ver atores como Guilherme Leite, Camacho Costa, Carla Andrino ou mesmo Diogo Morgado a fazer o público rir em horário nobre e com expressões que ficaram até hoje como “cabecinha pensadora” ou “quer um produto químico, natural ou assim assim?”.
‘Buéréré’
1995 foi, de facto, um ano promissor para o primeiro canal privado português e os mais novos, e diria que os mais velhos, deliciaram-se com Ana Malhoa e o Boiréré. O programa infantil contava com vários momentos musicais, jogos e desenhos animados em que se incluíam sucessos como o ‘Dragon Ball’. Que trintões de hoje em dia não sabem trautear o “cheguei a casa e abri o meu livro para estudar…”.
‘Ponto de Encontro’
Um ano antes, em 1994, Henrique Mendes estreava-se na SIC com um programa que ajudava os convidados a encontrar entes queridos que a vida se encarregou de separar. A emoção tomou conta do público com histórias de pais à procura de filhos, de irmãos que nunca se tinham visto ou de amigos dos tempos da “guerra” perdidos depois do fim dela. O histórico rosto televisivo conduziu o formato até 2002.
‘Chuva de Estrelas’
A década de 90 foi mesmo de ouro para a SIC. Hoje em dia, há inúmeros programas de talentos na televisão e até uma versão recente na TVI deste sucesso do terceiro canal chamado ‘A Tua Cara Não Me É Estranha’. A primeira edição estreou em 1993, com Catarina Furtado, depois José Nuno Martins assumiu o programa ao longo de um ano, até que Bárbara Guimarães se popularizou no concurso. No ‘Chuva de Estrelas’ jovens talentos imitavam os seus ídolos na música. Sara Tavares, João Pedro Pais e Inês Santos nasceram para a música e tornaram-se conhecidos neste talent show.
‘Ai os Homens’
José Figueiras foi o apresentador do programa em que meninas bonitas atiravam homens menos interessantes a uma piscina. Num formato que hoje em dia seria bastante criticado, vários concorrentes, todos homens, mostravam a sua masculinidade ao longo de várias provas. Pelo meio, António Feio protagonizou vários momentos de humor como aqueles que fez na pele de “Johnny Bigodes”. ‘Ai os Homens’ estreou em 1996 e esteve no ar até 1998.
‘Médico de Família’
Não podemos deixar a década de 90 sem passar pelo ano de 1998 e a estreia de ‘Médico de Família’. Fernando Luís era o patriarca de uma família de três filhos menores e cuja mulher e mãe morreu. A série foi um enorme sucesso também por culpa da saudosa Maria João Abreu, que interpretou o papel de Lucinda, a empregada da casa e uma mulher do norte. “Oh troilaré, oh troilará” ou “Nossa Senhora da Agrela” são bordões criados pela personagem da artista.
SIC NOS PÓS ‘BIG BROTHER’
‘Herman SIC’
Herman José foi uma das contratações mais badaladas de sempre na televisão, pelo menos até Cristina Ferreira se ter mudado para a SIC. O humorista abraçou as noites de domingo no ano de 2000 e teve no seu programa artistas internacionais como Sting, Anastasia ou Shania Twain. Neste formato criou os personagens Nelo e Idália, que ainda hoje interpreta ao lado de Maria Rueff.
‘Ídolos’
O programa ‘Ídolos’ é um dos marcos da estação, numa altura em que as audiências já não corriam tão bem. Sílvia Alberto e Pedro Granger assumiram a condução do talent show que mostrou, pela primeira vez, os castings de programas do género. Além disso, os duros comentários do júri a candidatos com menor aptidão para a música fizeram as delícias do público. Luciana Abreu, Salvador Sobral, Diogo Piçarra e Carolina Deslandes são alguns dos nomes que passaram pelo programa que estreou em 2003.
‘Programa da Cristina’
Faz parte da história recente e não acabou da melhor forma, pelo menos para o terceiro canal. Ainda assim, é inegável aquilo que Cristina Ferreira conseguiu fazer em pouco mais de um ano. O formato foi inovador nas manhãs, arrumou com a concorrência e ajudou de forma inequívoca a SIC a regressar à liderança das audiências, depois de vários anos de jejum. O programa estreou em 2019 e terminou no ano seguinte.