Opinião. O outro (mesmo) Cláudio Ramos

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Cláudio Ramos esteve durante anos ligado à SIC, sempre numa posição de profissional de segunda linha. Cristina Ferreira, na chegada à estação, deu-lhe palco ajudando-o a tornar-se, hoje, num dos principais rostos da TVI.

O profissionalismo de Cláudio Ramos sempre foi inegável, contudo, enquanto esteve ligado à SIC, nunca conseguiu chegar onde queria. O registo de comentador do social esteve-lhe agarrado à pele demasiado tempo.

Noutros tempos, chegou a ter alguma, pouca, visibilidade ao lado de Fátima Lopes, mas só com Cristina Ferreira conseguiu mudar o estigma de comentador. Ainda assim, não se livrou de ser “apenas” o vizinho do programa das manhãs.

Em plena pandemia, a TVI surpreendeu ao levá-lo para Queluz de Baixo e ainda mais por apostar nele para apresentador do ‘Big Brother’. As dúvidas foram muitas e torceu-se o nariz a alguém inexperiente na condução de reality shows.

Com o tempo, Cláudio Ramos tornou-se unânime entre o público e rapidamente ganhou o seu respeito.

O reconhecimento nas manhãs

No ‘Dois às 10’, ao lado de Maria Botelho Moniz, outra “rejeitada” da SIC, cimentou o seu lugar na estação, ajudando o quarto canal a garantir, muitas vezes, a liderança nas manhãs.

Este ano, voltou à condução do ‘Big Brother’ e somou ainda mais elogios, ganhando também a oportunidade de se manter à frente do formato.

O profissionalismo, a resiliência, a frontalidade e espontaneidade fazem de Cláudio Ramos uma das figuras mais importantes do panorama televisivo nacional da atualidade.

Aliás, na gala de aniversário da TVI foi escolhido para abrir a cerimónia ao lado de Manuel Luís Goucha, mostrando que é mesmo um dos ativos mais valiosos da estação.

O apresentador é um extraordinário exemplo de que nunca é tarde para atingir os objetivos e ainda que, às vezes, não precisamos de procurar fora se dermos oportunidade a quem se tem dentro de portas. Talvez na SIC já tenham pensado nisso várias vezes.