Opinião. ‘Os Traidores’ traíram quem já não tem esperança na TV

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‘Os Traidores’ é o novo programa de domingo à noite da SIC. O formato é completamente inédito em Portugal e merece bastantes elogios.

Pouco têm em comum, mas ‘Os Traidores’ e o ‘Taskmaster’ são os dois melhores programas de televisão dos últimos anos. No fundo, une-os o entretenimento puro e duro e os ótimos profissionais que os fazem.

O novo formato da SIC estreou nesta Páscoa sem a promoção que merecia por parte do próprio canal. Para algo completamente novo, era necessário muito mais.

Contudo, não foi por isso que o canal de Paço de Arcos apresentou um mau programa, pelo contrário, e também não foi por isso que não conseguiu ser líder de audiências.

No fundo, tratou-se de passar uma espécie de jogo de tabuleiro para a televisão e torná-lo interessante para quem participa e para quem vê.

O suspense e o clima de mistério são os motores do sucesso internacional que ganhou agora uma adaptação portuguesa de se lhe tirar o chapéu. A envolvência e o cenário escolhido ajudaram, e de que maneira, a construir esse “universo”.

Os escolhidos

Finalmente, houve coragem para fugir aos típicos concorrentes de programas de domingo à noite. O canal de Paço de Arcos conseguiu reunir um grupo que parece ser capaz de cumprir as expectativas.

Há pessoas novas, pessoas experientes, pessoas de vários quadrantes sociais e com as mais variadas profissões. Além disso, conseguiu ainda chamar dois rostos que podem ser mais conhecidos do público e, com isso, gerar maior interesse. Falo, está claro, do namorado de António Bravo, ex-concorrente do ‘Big Brother’, e de Márcio Salgado, mais conhecido por “Camaleão” e pelos seus vídeos no Tik Tok.

Daniela Ruah de excelência

Confesso que defendi a ideia do regresso de Júlia Pinheiro ao horário nobre com ‘Os Traidores’, além de ter achado desnecessário o investimento em Daniela Ruah. Apesar de não ser um pensamento descabido, a atriz provou que a escolha fez todo o sentido.

Só há coisas boas a apontar à apresentadora do novo programa que escolheu a “personagem” certa para assumir a condução do jogo. Além da beleza e elegância que saltam à vista, há mais a elogiar o tom que utilizou, sem desnecessários histerismos, e a carga dramática que empregou.

Ruah esteve extraordinária e foi, sem dúvida alguma, o ponto mais forte da estreia deste domingo. Merece todos os aplausos pela forma refrescante com que brindou os espectadores ao longo da noite.

A falha de ‘Os Traidores’

Há pouco de mau a apontar ao primeiro episódio. Ainda assim, parece que ficou a faltar qualquer coisa. Apesar do suspense, não houve algo que nos deixasse, espectadores, de boca aberta, como uma situação que pudesse levar os concorrentes a colocarem-se à prova de forma mais extrema.

Mesmo assim, nem isso abafou a frescura que o programa trouxe. Felizmente, a televisão, neste caso a SIC, ainda consegue surpreender pela positiva com algo a que o público está pouco habituado.

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