Judite Sousa esteve esta sexta-feira (20/01) no programa ‘Júlia’ como, muito provavelmente, nenhum de nós a tinha visto. A jornalista explicou as razões que a levaram a deixar a televisão no ano passado e despiu-se da profissional, deixando vir ao de cima a mulher que sofre desde a morte do filho. Depois de ver a entrevista só me apetece dizer: deixemos a Judite em paz!
Judite Sousa escreveu o livro ‘Pedaços de Vida’, em cinco meses, para justificar o que foi dito e escrito sobre a morte do filho e para lhe dar paz, onde quer que esteja, e conseguir, também ela, uma paz que não encontra desde 2014.
A Júlia Pinheiro, disse tudo o que havia por dizer e mostrou as situações cruéis e comentários maldosos que tem recebido ao longo dos últimos anos.
Este artigo é escrito, não para endeusar a ótima profissional que é, mas para alertar para a mulher e mãe que perdeu um filho e que, passados mais de 40 anos de televisão, se expôs como nunca para conseguir ter uma vida melhor do que a que teve após a morte de André. Judite Sousa deixou as emoções falar e mostrou que é uma mulher resolvida, mas profundamente magoada e marcada pela vida.
Numa vida que dedicou ao trabalho, revelou que o deixou para não ser lembrada, sobretudo pelos colegas de profissão que escreveram e escrevem sobre a situação que a “matou” há nove anos.
Murro no estômago
É triste, de todas as formas, perceber que aquela mulher, que manteve quase sempre uma vida discreta fora dos ecrãs, tenha de se ter exposto, em direto e perante o olhar de milhares de portugueses, apenas para pedir sossego.
Além disso, explicou ainda que não deixa as redes sociais, que tantas vezes a magoam, porque se sente só e que, como revelam os estudiosos, essas redes se tornaram numa espécie de droga pesada.
Curioso é perceber que uma mulher que esteve sempre rodeada de tanta gente se sinta sozinha e que uma profissional de excelência se sinta atacada pelos próprios colegas. Nem tudo o que parece é!
Eu também critiquei, em tempos, Judite Sousa pelo seu trabalho e também acredito que não o devamos deixar de fazer quando algo lhe correu menos bem.
Por fim, este artigo serve também como um pedido de desculpas, porque eu, tal como muitos do que o vão ler, não fazíamos ideia de que, em determinadas situações, as palavras podem magoar tanto como balas.