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5 de Outubro, 2022

Legendas ou dobragens? As razões da escolha em Portugal

Reprodução

Canais de televisão e cinemas em Portugal exibem, na sua maioria, séries e filmes internacionais com legendas. Pelo contrário, países como Brasil, Espanha ou França optam pela dobragem com o objetivo de nacionalizar conteúdos estrangeiros e manter a defesa da cultura. Mas há razões históricas para, por cá, se utilizar outro método. Saiba porquê.

Em 1948, vivia Portugal uma ditadura, entrou em vigor a Lei de Proteção do Cinema Português que proibia a dobragem de filmes estrangeiros. Num país em que 50% da população era analfabeta, isso significava que a grande maioria das pessoas não conseguia ler as legendas e, por isso, mantinha-se afastada das produções e culturas internacionais. Assim, a única opção para metade da população nacional era mesmo assistir a filmes portugueses. O útil juntava-se ao agradável para o Estado Novo, já que o cinema da época servia de propaganda ao regime.

Mesmo com o fim da ditadura, em 1974, a situação manteve-se inalterada e só em 1993 a dobragem foi devidamente legalizada. Tornando-se um hábito e uma questão cultural, o uso de legendagem manteve-se até aos dias de hoje. Apenas os filmes de desenhos animados passaram facilmente a ser dobrados, sendo essa a única forma de chegar ao público mais novo. A primeira longa-metragem dobrada em Portugal foi o ‘Rei Leão’, da Disney, em 1994.


Além dos filmes, também as séries transmitidas pela televisão foram, quase sempre, legendados, algo que ainda hoje acontece. Contudo, há-de estar na memória de muitos portugueses as dobragens brasileiras de séries como ‘O Justiceiro’ ou ‘Esquadrão Classe-A’. Por outro lado, mais uma vez, só os desenhos animados e séries infanto-juvenis ganharam versões dobradas em português com sucesso. Talvez também por esta opção, as novelas brasileiras tenham conseguido ganhar tanto espaço nos canais portugueses, sobretudo nos anos 80 e 90.

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