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25 de Novembro, 2021

Opinião. Um ‘Masterchef’ de serviço público

Divulgação/RTP

O ‘Masterchef Portugal’ regressou à RTP no sábado (20/11) e a estreia fez subir os números do canal público, embora tenha ficado apenas em terceiro lugar no horário, entre as escolhas dos espectadores. O primeiro programa teve alguns pontos positivos, mas foi demasiado arrastado para manter o público em frente ao pequeno ecrã.

O ‘Masterchef Portugal’ foi uma boa escolha da RTP para ocupar as noites de horário nobre de sábado. É um dos grandes formatos a nível mundial e, já não tendo pernas para andar na TVI, foi uma surpresa agradável ter voltado ao canal no qual se estreou em Portugal.

A estreia, porém, começou algo frouxa e sem grande entusiasmo, apesar de ter sido bastante competente a vários níveis. O cenário foi, felizmente melhorado e cortou por completo com aquele que o público pôde ver nas várias temporadas do canal de Queluz de Baixo. O formato começou de forma mais recatada do que habitualmente, e em estúdio, o que lhe retirou alguma grandiosidade. Os tempos que se vivem assim o exigem e, obviamente, nada contra. Porém, no momento em que os aspirantes a concorrentes mostraram os seus dotes culinários aos chefs demorou demasiado tempo e tornou-se uma grande seca. O programa só animou mais lá para o final, quando os concorrentes que levaram um “nim” e um avental preto foram colocados à prova.

Casting

Os concorrentes são um dos pontos fortes desta nova edição. As escolhas foram bastante acertadas, pelo menos a nível de interesse televisivo. Ao nível culinário não provei nada. Boas histórias de alguns deles, à-vontade com as câmaras e um bom discurso. 

A par disso, uma senhora já com os seus 70 anos participou e fez uns crepes suzette. Os jurados passaram a concorrente para a fase do “nim” e, neste caso, foi uma clara tentativa de explorar a sua graça natural e não as suas capacidades culinárias que as terá, com certeza, mas não para o nível que se exige no ‘Masterchef’.

Chefs

A escolha dos jurados também foi acertada. Há exigência, mas sem arrogância, que também já começa a cansar. Dos três chefs, destaque para Marlene Vieira. Foi a melhor comparativamente com os colegas e tem muita margem para crescer em televisão. 

No geral, o ‘Masterchef Portugal’ da RTP não desiludiu, embora tenha estado algo abaixo da adaptação, por exemplo, do ‘The Voice Portugal’. Contudo, a aposta na gastronomia do país e as várias provas que vão percorrer várias cidades portuguesas tornam o formato mais próximo do serviço público.

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