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21 de Agosto, 2012

Adeus futebol

A RTP é detentora dos direitos de transmissão dos jogos da seleção nacional de futebol. A SIC comprou o direito de transmitir um jogo por jornada da Liga Europa e a TVI adquiriu o mesmo pacote relativamente à Liga dos Campeões. Já a Liga portuguesa não conseguiu que nenhum canal de sinal aberto mostrasse interesse na compra da transmissão de um jogo, dos três maiores clubes, semanalmente.

É a primeira vez que tal acontece. Os dois canais privados alegam não ter possibilidades monetárias e a estação pública, pelas palavras do gabinete de comunicação do ministro Miguel Relvas, tem de pensar bem em todos os gastos que faz em época de reestruturação do canal.

Geralmente, qualquer competição europeia dá melhores audiências aos canais do que um jogo da primeira liga portuguesa mas, se até aqui o retorno comercial era apetecível para todos os canais, porque é que, de repente, deixou de o ser?

A possibilidade de ter uma partida da liga por semana, a possibilidade de ter os direitos do resumos de todos os jogos, a possibilidade de fazer vários programas com todo esse material deixou de ser viável? Talvez tenha passado a ser menos do que o era anteriormente o que não quer dizer que seja uma mau investimento.

O futebol nacional está na lista dos eventos de interesse generalizado do público e a lei da televisão obriga a que seja transmitido um jogo por jornada, mas não existe qualquer tipo de sanção a aplicar aos canais de sinal aberto se tal não acontecer.

O que mais impressiona é que ninguém sequer tentou fazer uma proposta. Continuamos a ser o povo que prefere o internacional ao nacional. Obviamente que existem assuntos no país bem mais importantes que este só que é nas pequenas coisas que se vê onde chegámos. Já nem o futebol nacional interessa, já nem o futebol dá dinheiro.

Quem quiser acompanhar os jogos terá de pagar por isso. Quem ganha é a SPORTTV e as operadoras de canais por cabo (ZON, MEO CABOVISÃO…) e, secalhar, a intenção é justamente essa. Para o bem ou para o mal, ficam a faltar o fado e Fátima, a não ser que se encontre uma solução, Portugal caminha a passos largos para deixar de ser, de alguma maneira, o país do três “f´s”.

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