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10 de Maio, 2012

João Baião em exclusivo: “As propostas de mudança são sempre bem-vindas”

 

João Baião é o mais enérgico apresentador da televisão portuguesa. Começa a vida artística no teatro mas, só depois, entra para a televisão e logo pela porta grande. Emídio Rangel convida-o para apresentar Big Show SIC, que acaba por se tornar no maior sucesso de Baião e um dos programas mais conhecidos da televisão portuguesa. Em meados do ano 2000, o apresentador deixa o canal de Carnaxide e ingressa na RTP1 onde o sucesso esteve longe daquilo que tinha alcançado no canal anterior. Atualmente, e já há cinco anos, divide o palco de Portugal no Coração com Tânia Ribas de Oliveira, também no canal público. João Baião, em exclusivo, responde ao Perguntas na Caixa.

ACM.:Portugal no Coração foi um dos programas no qual se registou uma das várias falhas do novo sistema de medição da GFK. Preocupa-se com as audiências?

JB.:Para mim o publico é o objectivo máximo do meu trabalho, quer no teatro quer na televisão, é ele a entidade máxima e, por isso, tenho o maior respeito pelo público. Nesse sentido, obviamente, que quantas mais pessoas seguirem o meu trabalho maior satisfação tenho. As audiências têm uma grande importância, não no sentido técnico, até porque os recentes números deram alguns períodos do programa com zero espectadores, o que é muito pouco provável ou mesmo impossível. Para mim o importante é que a mensagem, seja ela qual for, chegue ao maior número de pessoas.

ACM.:Portugal no Coração é diferente dos talk-shows das televisões privadas?

JB.:É um programa que aborda a vida de uma forma positiva e otimista, não sei se é diferente ou não. Mostramos casos de superação de doença para incentivar pessoas que estejam a passar pela mesma situação, damos visibilidade a Centros de Dia e Associações que apoiam pessoas com deficiência para mostrar o excelente trabalho que desenvolvem. Abrimos o palco a novos projetos musicais, mostramos casos felizes de empreendedorismo, revelamos novas vozes do fado, abrimos a “janela” ao que acontece por todo o país a nível artístico, cultural e desportivo, entre outros. Tudo isto numa perspectiva de mostrar as nossas capacidades e o nosso valor.

ACM.:A relação com Tânia Ribas de Oliveira foi fácil desde o início?

JB.:A relação com a minha querida Tânia, que se tornou numa grande amiga, foi uma colagem imediata de duas personalidades que se completam, de duas pessoas diferentes que quase se fundem numa só. Amo a Tânia, ela é uma profissional de mão cheia.

ACM.:Trabalhar em dupla torna a tarefa da apresentação mais complicada?

JB.:Tornou-se, para mim, uma experiência nova mas muito estimulante. Obriga-nos a uma disciplina e a uma atenção permanente. É preciso saber olhar nos olhos da companheira. É preciso contracenar, elemento fundamental no teatro, e que tento transportar para o trabalho em televisão. Quando se tem como parte da dupla uma amiga, o trabalho fica muito facilitado.

ACM.:Qual foi o momento mais difícil da sua carreira televisiva?

JB.:Eu tenho tido a felicidade de trabalhar com excelentes profissionais e com ótimas equipas o que tornou os momentos mais difíceis numa grande ligeireza. Apesar dos nervos, da ansiedade e da procura de fazer sempre o melhor, nunca tive assim um momento difícil. Percalços acontecem sempre, contrariedades também mas, quando a entrega é total, tudo se ultrapassa.

ACM.:O que o faz perder a energia que transmite sempre que está em estúdio?

JB.:Às vezes as fragilidades de algumas pessoas que têm sido postas à prova pela vida, passando por situações absolutamente dramáticas, tiram-me a energia. Esse é o grande desafio: o de tentar dar a volta ao estado de espírito e catapultar a minha energia em prol dos outros.

ACM.:Que tipo de proposta o faria mudar de canal?

JB.:As propostas de mudança são sempre bem-vindas, para crescer, mas estou a adorar o trabalho que tenho vindo a desenvolver ao logo dos quase cinco anos no Portugal no Coração, ao lado da Tânia.

ACM.:A televisão ainda é a “caixa mágica”?

JB.:A televisão será sempre, para mim, a “caixa mágica”. As pessoas procuram nela muitas emoções, companhia, divertimento, prazer, alegria e, se não houver magia ou espectáculo, é como olhar para uma parede de cimento.

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